Amor Impossível
Do meu amor nasceu a luta, a luta por ti
Da minha infelicidade nasceu a luta, a luta pelo que é certo
Da minha tristeza nasceu a luta, a luta pela tua amizade
Da minha luta ficou o amor, o amor que nunca deixarei de ter por ti
não propriamente um diário de vida, mas um diário de registos que aponto em bloquinhos de notas. pequenas frases, pequenos textos, pequenos desenhos. pequenos desastres e pequenos fragmentos de algo melhor..
Do meu amor nasceu a luta, a luta por ti
sonho em ter o que não tenho
tenho uma mão fechada dentro de mim
às vezes só me apetece virar as costas a tudo
eu não falo, espero que aconteça.
dói e não deixa fazer nada
estou parada
o suicídio perfeito seria contigo ao meu lado
cheiro o teu toque desde ontem
tu fazes-me querer
tens uma maneira estranha de te carregares
deitas-me pedaços de raiva
tirei uma carta do baralho
os nossos pés ficam bem é juntos, bem juntos
para ele é tudo verde
vais arder por dentro
vou-te deixar cair no ridículo
vou-me embora
ajeito-me ao teu olhar
toco-te com uma lupa
uma vez pensei em ti
te envolves no meu corpo sem notares
arrecada o teu segredo em papel para eu poder descobrir
tudo nasce no pensamento
o que é importante?
e agora?
naqueles dias em que te dói a barriga porque sabes que falta qualquer coisa e já estás farta disso e te irritas com toda a gente e só te apetece estar chateada com quem mais gostas, e realmente ficas por um motivo qualquer que não é motivo, mas serve, e ficas assim à espera que o dia acabe e amanha já tenha tudo passado embora tenhas sempre aquela sensação de que não vai passar enquanto a qualquer coisa que te falta não deixe de faltar e só te apetece correres atrás dessa coisa que sabes que não deves porque alguém se vai assustar e tu não queres porque sabes que embora vás ficar indiferente, há quem não vá, porque nunca ficam indiferentes, e ficas assim naquilo de queres mas não podes porque achas que não deves e porque não devias ser tu, e ficas a remoer isto eternamente até que outra ideia qualquer te surja para fazeres outra coisa qualquer diferente referente a tudo o que isto é, que começa com um mau estar de faltar qualquer coisa que tu até sabes o que é mas preferias não saber, e gostava de continuamente continuar com isto, mas tem de parar nalgum sitio, e é já aqui..
deixa cair
gosto de ti
detesto-te porque tu não me amas
porque a inspiração não escolhe hora ou lugar, porque quando te toca sentes uma enorme vontade de a despejar e tens medo de senão o fizeres já, a vontade se vá embora e depois já não te lembres do que tinhas para fazer, ou para dizer, ou para escrever e passas os dias todos à espera de te lembrares dessa inspiração que sabes que não voltará, o que te faz morrer aos bocadinhos e no entanto é o que te dá força e faz viver para que nunca mais deixes escapar um momento destes, um momento de inspiração.
e esse sentir que me invade a alma ao mesmo tempo que dá cabo de mim e me intoxica por dentro sem que ninguém se atreva a reparar que o meu corpo está interiormente a degradar-se a pouco e pouco como se fosse um remoinho de água que leva toda uma humanidade consigo e afoga sem remorsos em qualquer lugar onde baste haver ódio para se alimentar e evoluir de tal modo que me abarca e não me consegue levar porque eu própria lhe iria provocar ódio e indigestão ao organismo feito de água e aparente solidão onde eu vou dar comigo mesma dentro de mim e ai vou entrar em loucura e ver que não vale a pena sentir porque se sentires e percorreres o mundo em busca da origem descobres que te sentes sentir num mar de confusão e não vais gostar e vais gostar voltar atraz e te esqueceres do que viste ou sentiste e é o que eu quero agora. esquecer.
tenho ciúmes
inspiro
luz vinda do nada
imagino-te em tons de preto
quando eu te vi pensei que era um sonho, afinal era um tristonho
granada de pequenas coisas feitas de papel
............beija-me na mão
começas a me entrar na cabeça,
consigo cheirar a tua voz,
tudo por causa de um sorriso, de um olhar,
rapaz do bosque
aleijas-me o coração
episódio qualquer pertencente da minha vida
agora
não sei como é que às vezes escrevo certas coisas e como as consigo escrever/descobrir, não sei como é que do nada tudo pode ficar pior/melhor, não entendo como ou o que escrevo até algum dia que tenho a esperança de chegar, não entendo como de algo tão pequeno/insignificante pode sair algo tão incerto/instável, não consigo explicar como é que sai sumo do prazer de escrever, não consigo explicar como tiro a casca as palavras sem eu reparar, não tenho sentidos para saber pensar, não tenho sentidos para saber contar, não percebo como é que me elogio quando quero talvez o oposto, não percebo como é que sou tão escura/colorida, não, não..
porque os triângulos são a minha paixão, porque haverão de ser sempre, porque a partir deles se faz tudo, se faz o mundo, se constrói a imaginação
crescer no deserto ao redor de montes de areia que me protege da visão dos outros, pura visão da vida onde a única cor é o amarelo em todos os seu tons e disfarces. moldar o meu corpo à areia, porque afinal a areia faz parte de mim. sou areia desde pequenos toques no meu cabelo até me afundar de perfeição em pequenos bagos aqui e ali que me dão contorno a tudo o que eu posso ser. pequeno dedo mindinho dum pé qualquer me ergue no ar até tudo mudar, até chover, até eu voar, até o vento fazer com que a areia me envolva das mãos aos pés, até que eu seja amarela noutro tom, até que a chuva me devolva a forma original a que me habituei a ter e não me larga nem por nada. até que o meu corpo seja amarelo tom de água.
e oiço e habituo-me
as pessoas crescem e nem se apercebem,
as palavras que eu gostava de dizer
há muito que tenho para te dizer uma coisa..
mandei-lhe uma carta,
se eu tivesse uma porta para abrir e fugir
gosto de fotos,
há pessoas que não têm força,
perdi a coragem
sinto-me sozinha..
foge sem fugir porque a fugir foges
olhei hoje para o céu
só a vida me passa ao lado
era uma vez, um dia feliz, uma hora triste, um minuto alegre, um segundo de sorriso teu, e aí tudo aconteceu, eu caí, eu me apaixonei, eu me perdi, eu me agarrei, eu me senti, eu vi a minha alma partir, no segundo a seguir foi o teu olhar, eu me sufoquei só para tu me beijares, só para tu me tocares, só para eu nascer, viver, só para eu ser-te..
eu sou nada,
bloqueias-me os sentidos
às vezes dava jeito ser criança,
eu tenho saudades de viver numa casa grande rodeada de arbustos que deitam um cheiro característico e libertador, que nos deixa uma paz interior e nos faz sentir os pulmões. eu tenho saudades de me deitar, à noite, na relva e ver as estrelas a brilhar como se cada uma delas me dissesse ”vem ter comigo”. eu tenho saudades de viver, de dormir, de ver o fogo a sorrir e a chuva a cair pelo meu corpo abaixo sem pedir autorização para me percorrer por inteira. eu tenho saudades de ser, ter aquilo a que já me tinha habituado a ter, e de não ter aquilo a que já me tinha habituado a não ter. eu tenho saudades de mim, de ti, de nós!! eu tenho saudades do que nunca tive.. e do que nunca vou ter!